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Brazil - Costa Rica também pediu ajuda ao governo americano para espionagem
Natalia Viana, 10 de janeiro de 2011, 11.00 GMT
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Mais um capítulo na novela de espionagem e contraespionagem na América Latina revelada pelos comunicados diplomáticos dos Estados Unidos.
Segundo um telegrama a ser publicado hoje pelo WikiLeaks, a Costa Rica, grande aliada dos Estados Unidos, teria espionado um integrante do corpo diplomático venezuelano, que por sua vez era suspeito de ser um agente infiltrado.
Em um jantar com o embaixador dos EUA no Brasil John Danilovich logo após a reunião do Grupo do Rio, em novembro e 2004, o presidente costa-riquenho Abel Pacheco teria confirmado que o governo estava vigiando as atividades do adido cultural da embaixada venezuelana na capital San Jose.
Segundo ele, “o governo da Costa Rica acredita que o adido é um oficial de inteligência que está se reunindo secretamente com líderes sindicais, e trouxe 200 mil dólares à Costa Rica para pagar ativistas para organizar ‘provocações’, talvez durante a cúpula Ibero-americana na Costa Rica”. A cúpula aconteceu em 19 e 20 de novembro, na capital do país.
O presidente da Costa Rica pediu ajuda aos aliados. “Pacheco requereu assistência da inteligência do governo americano sobre o assunto, a o embaixador se comprometeu a repassar o pedido”, diz o telegrama. Pacheco também contou a Danilovich os bastidores da reunião do Grupo do Rio – disse por exemplo que o Itamaraty queria que Lula mencionasse Cuba, mas o ex-presidente retirou o trecho do seu discurso.
Outros documentos revelados pelo WikiLeaks já mostraram que a diplomacia tem sido usada como ponte essencial para a espionagem na América Latina.
Em abril de 2008, o comandante das forças armadas da Colômbia pediu que os EUA compartilhassem informações de inteligência sobre a Venezuela e o Equador a embaixada americana em Bogotá negou.
Em 2005, era a vez do Brasil negar, quando o embaixador americano propôs ao chanceler Celso Amorim dividir inteligência sobre Hugo Chávez.
Outros telegramas indicaram que a DEA, agência americana de combate às drogas, teria extrapolado suas funções para fazer espionagem política a pedido de integrantes de diversos governos latinoamericanos, como o Panamá e o Paraguai.